domingo, 15 de novembro de 2015

A vingança


"A vingança é um sentimento tanto mais funesto, quanto à falsidade e a vileza são suas companheiras assíduas. Com efeito, aquele que se entrega a essa paixão cega e fatal quase nunca se vinga às claras. Quando é o mais forte, precipita-se como uma fera sobre o que considera seu inimigo, pois basta vê-lo para que se inflamem a sua paixão, a sua cólera e o seu ódio. No mais das vezes, porém, assume uma atitude hipócrita, dissimulando no mais profundo do seu coração os maus sentimentos que o animam. Toma, então, caminhos escusos, seguindo o inimigo na sombra, sem que este desconfie, e aguarda o momento propício para feri-lo sem perigo. Ocultando-se, vigia-o sem cessar, prepara-lhe cilada odiosa, e quando surge à ocasião, derrama-lhe o veneno na taça."

Fonte: https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-12-amai-os-vossos-inimigos/instrucoes-dos-espiritos/i-a-vinganca/

Sexta-feira 13. Engraçado...sexta-feira 13...Para os supersticiosos, mais um motivo para ratificar as suas crenças de má sorte para esse dia. Para outros, um dia que poderia ter sido um dia qualquer. No entanto, recebemos com pesar mais uma das tantas notícias de horror que circulam pelo mundo.
De imediato, corre através das redes sociais e, como sempre, gera polêmicas. Muitos têm um sentimento de tristeza, outros...de vingança.
Alguns desses até ostentam em seus avatares bandeiras da França em menção ao pesar por aquele povo. Porém, ao lermos seus comentários, observamos a sede de vingança e ódio que escorre em suas falas.
No decálogo psicografado por Moisés, há um mandamento bem claro: Não matarás! No qual encontra-se na quinta posição.
Quando assim escreveu, não mencionou se esse mandamento se dirigia ao pobre apenas ou ao rico, ao homem ou a mulher das diversas etnias ou ao homem ou a mulher ditos brancos.
A espiritualidade maior disse apenas: não matarás!
A vingança é um ato insano e bárbaro que se apega ao hoje, ao imediatismo, a visão curta de um materialismo latente. Materialismo sob a ótica e definição vulgar que temos desse termo.
A vingança é uma ilusão. Porém de efeitos devastadores para aquele que o pratica, pois o mal que deseja, o mal que executou, nele ou nela permanece como energia destruidora que, normalmente no futuro, manifesta-se através de doenças, em discórdias domésticas, no trabalho, etc.
O vingador se coloca sempre como alguém acima do bem e do mal. Um ser que jamais cometeu erro na vida, uma pessoa incólume, mas mais uma vez, lembrando a passagem de Jesus quando interpelado sobre a mulher "adúltera" respondeu simplesmente: " - Atire a primeira pedra aquele que não tiver pecados!".
O cultivo, pelos meios de comunicação de nosso país, da política do ódio, do pessimismo, aos poucos vai minando a tão conhecida boa vontade, hospitalidade e amor de nosso povo. Porém, apenas nos corações que têm fertilidade para sentimentos negativos é que as sementes têm condições de brotar.
Por outro lado, pergunto: quem de nós pode ser visto como incólume? Infelizmente, ninguém.
Então, sabendo disso, Jesus disse: orai e vigiai! Para que os céus te livrem de maus atos, de maus pensamentos.
Portanto, nesse mar de lama, pelos nossos irmãos de MG, França, Síria, Colômbia, todos os países africanos, pelas nossas crianças que em Pernambuco sofrem com microcefalia, pelos pais dessas crianças, por todos que estão presos injustamente, pelos que passam fome, etc. oremos.
Que a nossa indignação não seja apenas com aqueles que nas mídias invade os noticiários, mas também com eles e com todos que nos bastidores das notícias não emergem à luz do conhecimento da sociedade e têm a oportunidade de pedir ajuda, socorro.
Que em nossos corações haja o desenvolvimento do sentimento de caridade e amor por TODOS sem exceção.
Pelo respeito à vida! Pelo fim da campanha que poderá trazer as armas de volta! Por que a justiça real não é seletiva, nem sectarista. É una!

Que o Senhor esteja convosco!


terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Perdão - Momento Espírita


O ódio


II – O Ódio
FÉNELON
Bordeaux, 1861


            10 – Amai-vos uns aos outros, e sereis felizes. Tratai sobretudo de amar aos que vos provocam indiferença, ódio e desprezo. O Cristo, que deveis tornar o vosso modelo, deu-vos o exemplo dessa abnegação: missionário do amor, amou até dar o sangue e a própria vida. O sacrifício de amar os que vos ultrajam e perseguem é penoso, mas é isso, precisamente, o que vos torna superiores a eles. Se vós os odiásseis como eles vos odeiam, não valereis mais do que eles. É essa a hóstia imaculada que ofereceis a Deus, no altar de vossos corações, hóstia de agradável fragrância, cujos perfumes sobem até Ele.

            Mas embora  lei do amor nos mande amar  indistintamente  todos os nossos irmãos, não endurece o coração para os maus procedimentos. É essa, pelo contrário, a prova mais penosa. Eu o sei, pois durante minha última existência terrena experimentei essa tortura. Mas Deus existe, e pune, nesta e na outra vida, os que não cumprem a lei do amor. Não vos esqueçais, meus queridos filhos, de que o amor nos aproxima de Deus,e o ódio nos afasta dele. (Evangelho Segundo o Espiritismo

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O ódio denota um alto grau de desequilíbrio e doença da alma. É filho direto do egoísmo, do orgulho e da prepotência.

Quem odeia acredita que está em um nível superior ao próximo esquecendo que, como qualquer ser humano, também é falho e sujeito às penas necessárias para o resgate de seus erros.

Sob a ótica espírita, ninguém é inocente, mas se encontra em um processo de desenvolvimento moral que expurga, de maneira proporcional e contínua, as faltas cometidas não apenas nessa existência, mas também das anteriores. Desde que consiga resolver dentro de si as dificuldades diante dos obstáculos que a vida irá apresentar.

O ódio também nos trás uma carga energética negativa muito intensa. Levando-nos ao desenvolvimento de doenças que podem nos causar a morte.
Quem odeia tem normalmente dificuldade em perdoar e, assim, libertar essa negatividade que envenena a sua própria alma.

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O espinho 

(Pão Nosso, Chico Xavier, Emmanuel. Capítulo 126)

“E para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, mensageiro de Satanás.” – Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 12:7.)

Atitude sumamente perigosa louvar o homem a si mesmo, presumindo desconhecer que se encontra em plano de serviço árduo, dentro do qual lhe compete emitir diariamente testemunhos difíceis. É posição mental não somente ameaçadora, quanto falsa, porque lá vem um momento inesperado em que o espinho do coração aparece.

O discípulo prudente alimentará a confiança sem bazófia, revelando-se corajoso sem ser metediço. Reconhece a extensão de suas dívidas para com o Mestre e não encontra glória em si mesmo, por verificar que toda a glória pertence a Ele mesmo, o Senhor.

Não são poucos os homens do mundo, invigilantes e inquietos, que, após receberem o incenso da multidão, passam a curtir as amarguras da soledade; muitos deles se comprazem nos galarins da fama, qual se estivessem convertidos em ídolos eternos, para chorarem, mais tarde, a sós, com o seu espinho ignorado nos recessos do ser.

Por que assumir posição de mestre infalível, quando não passamos de simples aprendizes?
Não será mais justo servir ao Senhor, na mocidade ou na velhice, na abundância ou na escassez, na administração ou na subalternidade, com o espírito de ponderação, observando os nossos pontos vulneráveis, na insuficiência e imperfeição do que temos sido, até agora?

Lembremo-nos de que Paulo de Tarso esteve com Jesus pessoalmente; foi indicado para o serviço divino em Antioquia pelas próprias vozes do Céu; lutou, trabalhou e sofreu pelo Evangelho do Reino e, escrevendo aos coríntios, já envelhecido e cansado, ainda se referiu ao espinho que lhe foi dado para que se não exaltasse no sublime trabalho das revelações.
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Enfim, alimentar o ódio é cegar e ir de encontro ao que o Mestre Jesus nos ensinou através de seus exemplos de humildade, amor e caridade para com o próximo.

Que a paz do Senhor esteja convosco.

Violência Contra a Mulher




http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2014/04/IPEA_sips_violenciamulheres04042014.pdf

Comecei com um documento baseado em estatísticas, pois assim, procuro justificar os meus pensamentos com dados e não com achismos. O achismo é desestruturado por si mesmo e não há solidez argumentativa. A lógica e a coerência são posicionamentos que acompanham por obrigação toda e qualquer justificativa de discurso espírita. Quem não o faz, sendo espírita, está indo de encontro a uma de suas mais fortes premissas.
Penso que o mesmo deveria ocorrer com as demais religiões. No entanto, infelizmente, algumas insistem ainda no imaginário ou mesmo na realidade fantástica. Assim como faziam os nossos ancestrais primitivos.
É sabido que a redação do ENEM desse ano tratou da questão da violência de gênero. Especificamente sobre a mulher.
Óbvio que poderiam ter discorrido sobre quaisquer outros tipos de violência, mas há de se escolher um universo menor para que a ação de redigir se faça possível.
Mas, pergunto: por que tanta celeuma?
O tema "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira" foi motivo de grande furor virtual. Tanto de defensores quanto de opositores.
Mas por que tanta oposição? Os dados levantados por entidades sérias e comprometidas seriam mentiras?
É importante deixar claro que o objetivo não é tornar o homem um bandido, mas educar o homem de hoje e o homem do amanhã para suas obrigações como cidadão. Bem como a mulher de hoje e a mulher do amanhã para que também tenha seus respectivos compromissos.
Uma família, como dissemos anteriormente, é composta por um grupo que se ama e se cuida mutuamente. Ao meu ver, não há outra forma de pensar em família sem ser pelos laços de amor.
Portanto, construir culturalmente pensamentos que cultuam o respeito mútuo, independente de gênero, raça, cor, credo, orientação ou quaisquer outra forma de simplesmente ser, no sentido de indivíduo, é mais que necessário.
As cores que nos apresentam dia a dia diante de nossos olhos ou, se formos cegos, os sons que se propagam e tomam forma para a nossa localização espacial, por exemplo, são aglomerados de diferentes partes cujo todo formam um conjunto que nos guia. Uma maneira na qual Deus nos coloca como personas inseridas nesse Cosmo e coparticipantes.
Tudo, fazendo um paralelo com o filme Cloud Atlas, está conectado. Assim pensam os filósofos Deleuze e Guattarri na sua teoria rizomática. Em outras palavras, somos todos responsáveis, sem exceção, por tudo que nos cerca. Por nossas alegrias e tristezas, por nosso sucesso e nosso fracasso.
No entanto, é necessário que tenhamos em mente a obrigação de construir um mundo melhor. De plantarmos positividade e pararmos de vitimismo, bem como de pararmos de ser meios de propagação de miasmas. Enfim, somos e vivemos o que pensamos.
A violência nada mais representa que o desequilíbrio da alma, o egoísmo latente, a prepotência e a arrogância. Um pseudo sentimento de superioridade.
A violência grita na denúncia de um ser moralmente atrasado cujos vestígios da primitividade ainda não foram excretados.
É importante que as mães ensinem a seus filhos o cuidado que devem ter com as suas parceiras, a dedicação, o respeito. E as suas filhas, além do mesmo, o acréscimo de amarem-se como seres que são e, jamais como subgênero em uma sociedade que insiste em ainda ter o homem como centro de todas as atenções e direitos.
Quando interrogado sobre a mulher que havia "traído" o marido, Jesus apenas respondeu que aquele que tivesse sem pecados atirasse a primeira pedra.
Hoje, como ontem, sairíamos todos cabisbaixos e em silêncio diante da "pecadora", pois não temos e nunca teremos, nesse mundo de provas e expiações, moral alguma em relação aos possíveis erros de nosso próximo.
Sejamos mais caridosos e mais benevolentes. Baixemos a guarda e não carreguemos bandeiras das quais somos completamente incompetentes de fazê-los.

Que a paz do Senhor Jesus esteja convosco.

O Egoísmo



O egoísmo, esta chaga da Humanidade, deve desaparecer da Terra, cujo progresso moral retarda; ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la subir na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o objetivo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem; digo coragem porque é preicso mais coragem para vencer a si mesmo do que para vencer os outros. Que cada um, pois, coloque todos os seus cuidados para combatê-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. É negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
Jesus vos deu o exemplo de caridade e, Pôncio Pilatos, o do egoísmo; porque enquanto o Justo vai percorrer as santas estações do seu martírio, Pilatos lava as mãos dizendo: Que me importa!Ele disse aos judeus: Este homem é justo, por que quereis crucificá-lo?e, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.
É a esse antagonismo da caridade e do egoísmo, à invasão dessa lepra do coração humano, que o Cristianismo deve não ter cumprido ainda toda a sua missão. É a vós, apóstolos novos da fé e que os Espíritos Superiores esclarecem, a quem incumbe a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao Cristianismo toda a sua força e limpar o caminhos das sarças que lhe entravam a marcha. Extirpai o egoísmo da Terra, para que ela possa gravitar na escala dos mundos, porque já é tempo de a Humanidade vestir o seu traje viril e, para isso, é preciso primeiro extirpá-lo do vosso coração. (Evangelho Segundo o Espiritismmo.Cap.XI-11)

domingo, 4 de outubro de 2015

A Serenidade


Casas Mal Assombradas


Haverá quem acredite em casas mal-assombradas? De um modo geral, se pensa que são contos das vovós para assustar crianças. Contos para espíritos fracos e crédulos, pensam muitos.

Mas a história de casas mal-assombradas é tão velha quanto o mundo.

Já se soube de casos em que se descobriu que os fatores que provocavam ruídos não passavam de artifícios usados para amedrontar os moradores, vingar uma injustiça, desacreditar uma casa para comprá-la barato ou simplesmente para rir às custas dos ingênuos.

Em outros casos, os ruídos estranhos, aumentados pelo silêncio das noites e a imaginação excitada, demonstraram ser apenas animais domésticos em movimento: cães, gatos, ratos, morcegos ou o vento a estalar velhas traves, batendo portas e derrubando objetos.

Mas nem todos os casos de assombração se podem enquadrar nessas explicações.

É uma realidade a existência dos fantasmas que assombram algumas casas.

Na Inglaterra, os fantasmas são atração turística, o que significa boa fonte de divisas. A Associação Britânica de Viagens divulga o Guia dos fantasmas britânicos.

Os jornais anunciam casas para alugar, com fantasmas ou sem fantasmas.

Consta existirem na Grã-Bretanha dez mil fantasmas, mais ou menos catalogados, três mil dos quais podem ser visitados nos locais que frequentam.

A Torre de Londres é um viveiro superlotado desses esquisitos e transparentes seres, todos irmãos nossos, em tarefa regenerativa.

Conta-se que até hoje o fantasma de Ana Bolena, a infeliz rainha e esposa de Henrique VIII, reside no palácio de Hampton Kurt, perto de Londres.

Por que, é de nos perguntarmos, os Espíritos permanecem em certos lugares, onde viveram, trabalharam quando possuíam um corpo de carne?

Alguns são somente Espíritos que se desejam divertir. Isso mesmo: se divertir às custas dos sustos alheios. Outros têm por objetivo vingança.

Sabe-se do caso de um Espírito, que atormentava a casa de duas irmãs. Em certo momento disse que aquilo fazia para as castigar. Elas falavam muito mal do próximo e ele mesmo, quando encarnado, fora vítima das suas calúnias.

De outras vezes, são Espíritos necessitados que desejam chamar a atenção para sua existência.

Finalmente, existem os que permanecem fixados a certos lugares pelos dramas que ali viveram ou tarefas que desempenharam.

É comum, ainda hoje, em castelos europeus, serem identificados Espíritos de soldados e oficiais nazistas a montarem guarda, a executarem ordens como se não tivessem perdido o corpo físico.

Que desespero o de verem pessoas adentrarem salas e escritórios para bisbilhotar, como acreditam eles!

O que, portanto, as pessoas chamam de fantasmas são Espíritos, as almas dos homens que morreram e não se deram conta ou permanecem vinculados às coisas da Terra.

O remédio para eles é a prece. Alfred de Musset dizia que a prece é um grito de esperança.

Orar, assim, em benefício daqueles que, libertos da carne, ainda se conservam ligados ao ambiente terreno em que viveram e cometeram crimes, desatinos, é um ato de caridade.

Pensemos nisso e exercitemos essa prática.



Redação do Momento Espírita, com base no cap.2
do livro As casas mal-assombradas, de Camille
Flammarion, ed. FEB e na pág. 26 da revista Presença
espírita, nº 18, ed. LEAL.
Em 30.9.2013.