terça-feira, 27 de outubro de 2015

O ódio


II – O Ódio
FÉNELON
Bordeaux, 1861


            10 – Amai-vos uns aos outros, e sereis felizes. Tratai sobretudo de amar aos que vos provocam indiferença, ódio e desprezo. O Cristo, que deveis tornar o vosso modelo, deu-vos o exemplo dessa abnegação: missionário do amor, amou até dar o sangue e a própria vida. O sacrifício de amar os que vos ultrajam e perseguem é penoso, mas é isso, precisamente, o que vos torna superiores a eles. Se vós os odiásseis como eles vos odeiam, não valereis mais do que eles. É essa a hóstia imaculada que ofereceis a Deus, no altar de vossos corações, hóstia de agradável fragrância, cujos perfumes sobem até Ele.

            Mas embora  lei do amor nos mande amar  indistintamente  todos os nossos irmãos, não endurece o coração para os maus procedimentos. É essa, pelo contrário, a prova mais penosa. Eu o sei, pois durante minha última existência terrena experimentei essa tortura. Mas Deus existe, e pune, nesta e na outra vida, os que não cumprem a lei do amor. Não vos esqueçais, meus queridos filhos, de que o amor nos aproxima de Deus,e o ódio nos afasta dele. (Evangelho Segundo o Espiritismo

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O ódio denota um alto grau de desequilíbrio e doença da alma. É filho direto do egoísmo, do orgulho e da prepotência.

Quem odeia acredita que está em um nível superior ao próximo esquecendo que, como qualquer ser humano, também é falho e sujeito às penas necessárias para o resgate de seus erros.

Sob a ótica espírita, ninguém é inocente, mas se encontra em um processo de desenvolvimento moral que expurga, de maneira proporcional e contínua, as faltas cometidas não apenas nessa existência, mas também das anteriores. Desde que consiga resolver dentro de si as dificuldades diante dos obstáculos que a vida irá apresentar.

O ódio também nos trás uma carga energética negativa muito intensa. Levando-nos ao desenvolvimento de doenças que podem nos causar a morte.
Quem odeia tem normalmente dificuldade em perdoar e, assim, libertar essa negatividade que envenena a sua própria alma.

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O espinho 

(Pão Nosso, Chico Xavier, Emmanuel. Capítulo 126)

“E para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, mensageiro de Satanás.” – Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 12:7.)

Atitude sumamente perigosa louvar o homem a si mesmo, presumindo desconhecer que se encontra em plano de serviço árduo, dentro do qual lhe compete emitir diariamente testemunhos difíceis. É posição mental não somente ameaçadora, quanto falsa, porque lá vem um momento inesperado em que o espinho do coração aparece.

O discípulo prudente alimentará a confiança sem bazófia, revelando-se corajoso sem ser metediço. Reconhece a extensão de suas dívidas para com o Mestre e não encontra glória em si mesmo, por verificar que toda a glória pertence a Ele mesmo, o Senhor.

Não são poucos os homens do mundo, invigilantes e inquietos, que, após receberem o incenso da multidão, passam a curtir as amarguras da soledade; muitos deles se comprazem nos galarins da fama, qual se estivessem convertidos em ídolos eternos, para chorarem, mais tarde, a sós, com o seu espinho ignorado nos recessos do ser.

Por que assumir posição de mestre infalível, quando não passamos de simples aprendizes?
Não será mais justo servir ao Senhor, na mocidade ou na velhice, na abundância ou na escassez, na administração ou na subalternidade, com o espírito de ponderação, observando os nossos pontos vulneráveis, na insuficiência e imperfeição do que temos sido, até agora?

Lembremo-nos de que Paulo de Tarso esteve com Jesus pessoalmente; foi indicado para o serviço divino em Antioquia pelas próprias vozes do Céu; lutou, trabalhou e sofreu pelo Evangelho do Reino e, escrevendo aos coríntios, já envelhecido e cansado, ainda se referiu ao espinho que lhe foi dado para que se não exaltasse no sublime trabalho das revelações.
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Enfim, alimentar o ódio é cegar e ir de encontro ao que o Mestre Jesus nos ensinou através de seus exemplos de humildade, amor e caridade para com o próximo.

Que a paz do Senhor esteja convosco.

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