domingo, 15 de novembro de 2015

A vingança


"A vingança é um sentimento tanto mais funesto, quanto à falsidade e a vileza são suas companheiras assíduas. Com efeito, aquele que se entrega a essa paixão cega e fatal quase nunca se vinga às claras. Quando é o mais forte, precipita-se como uma fera sobre o que considera seu inimigo, pois basta vê-lo para que se inflamem a sua paixão, a sua cólera e o seu ódio. No mais das vezes, porém, assume uma atitude hipócrita, dissimulando no mais profundo do seu coração os maus sentimentos que o animam. Toma, então, caminhos escusos, seguindo o inimigo na sombra, sem que este desconfie, e aguarda o momento propício para feri-lo sem perigo. Ocultando-se, vigia-o sem cessar, prepara-lhe cilada odiosa, e quando surge à ocasião, derrama-lhe o veneno na taça."

Fonte: https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-12-amai-os-vossos-inimigos/instrucoes-dos-espiritos/i-a-vinganca/

Sexta-feira 13. Engraçado...sexta-feira 13...Para os supersticiosos, mais um motivo para ratificar as suas crenças de má sorte para esse dia. Para outros, um dia que poderia ter sido um dia qualquer. No entanto, recebemos com pesar mais uma das tantas notícias de horror que circulam pelo mundo.
De imediato, corre através das redes sociais e, como sempre, gera polêmicas. Muitos têm um sentimento de tristeza, outros...de vingança.
Alguns desses até ostentam em seus avatares bandeiras da França em menção ao pesar por aquele povo. Porém, ao lermos seus comentários, observamos a sede de vingança e ódio que escorre em suas falas.
No decálogo psicografado por Moisés, há um mandamento bem claro: Não matarás! No qual encontra-se na quinta posição.
Quando assim escreveu, não mencionou se esse mandamento se dirigia ao pobre apenas ou ao rico, ao homem ou a mulher das diversas etnias ou ao homem ou a mulher ditos brancos.
A espiritualidade maior disse apenas: não matarás!
A vingança é um ato insano e bárbaro que se apega ao hoje, ao imediatismo, a visão curta de um materialismo latente. Materialismo sob a ótica e definição vulgar que temos desse termo.
A vingança é uma ilusão. Porém de efeitos devastadores para aquele que o pratica, pois o mal que deseja, o mal que executou, nele ou nela permanece como energia destruidora que, normalmente no futuro, manifesta-se através de doenças, em discórdias domésticas, no trabalho, etc.
O vingador se coloca sempre como alguém acima do bem e do mal. Um ser que jamais cometeu erro na vida, uma pessoa incólume, mas mais uma vez, lembrando a passagem de Jesus quando interpelado sobre a mulher "adúltera" respondeu simplesmente: " - Atire a primeira pedra aquele que não tiver pecados!".
O cultivo, pelos meios de comunicação de nosso país, da política do ódio, do pessimismo, aos poucos vai minando a tão conhecida boa vontade, hospitalidade e amor de nosso povo. Porém, apenas nos corações que têm fertilidade para sentimentos negativos é que as sementes têm condições de brotar.
Por outro lado, pergunto: quem de nós pode ser visto como incólume? Infelizmente, ninguém.
Então, sabendo disso, Jesus disse: orai e vigiai! Para que os céus te livrem de maus atos, de maus pensamentos.
Portanto, nesse mar de lama, pelos nossos irmãos de MG, França, Síria, Colômbia, todos os países africanos, pelas nossas crianças que em Pernambuco sofrem com microcefalia, pelos pais dessas crianças, por todos que estão presos injustamente, pelos que passam fome, etc. oremos.
Que a nossa indignação não seja apenas com aqueles que nas mídias invade os noticiários, mas também com eles e com todos que nos bastidores das notícias não emergem à luz do conhecimento da sociedade e têm a oportunidade de pedir ajuda, socorro.
Que em nossos corações haja o desenvolvimento do sentimento de caridade e amor por TODOS sem exceção.
Pelo respeito à vida! Pelo fim da campanha que poderá trazer as armas de volta! Por que a justiça real não é seletiva, nem sectarista. É una!

Que o Senhor esteja convosco!


terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Perdão - Momento Espírita


O ódio


II – O Ódio
FÉNELON
Bordeaux, 1861


            10 – Amai-vos uns aos outros, e sereis felizes. Tratai sobretudo de amar aos que vos provocam indiferença, ódio e desprezo. O Cristo, que deveis tornar o vosso modelo, deu-vos o exemplo dessa abnegação: missionário do amor, amou até dar o sangue e a própria vida. O sacrifício de amar os que vos ultrajam e perseguem é penoso, mas é isso, precisamente, o que vos torna superiores a eles. Se vós os odiásseis como eles vos odeiam, não valereis mais do que eles. É essa a hóstia imaculada que ofereceis a Deus, no altar de vossos corações, hóstia de agradável fragrância, cujos perfumes sobem até Ele.

            Mas embora  lei do amor nos mande amar  indistintamente  todos os nossos irmãos, não endurece o coração para os maus procedimentos. É essa, pelo contrário, a prova mais penosa. Eu o sei, pois durante minha última existência terrena experimentei essa tortura. Mas Deus existe, e pune, nesta e na outra vida, os que não cumprem a lei do amor. Não vos esqueçais, meus queridos filhos, de que o amor nos aproxima de Deus,e o ódio nos afasta dele. (Evangelho Segundo o Espiritismo

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O ódio denota um alto grau de desequilíbrio e doença da alma. É filho direto do egoísmo, do orgulho e da prepotência.

Quem odeia acredita que está em um nível superior ao próximo esquecendo que, como qualquer ser humano, também é falho e sujeito às penas necessárias para o resgate de seus erros.

Sob a ótica espírita, ninguém é inocente, mas se encontra em um processo de desenvolvimento moral que expurga, de maneira proporcional e contínua, as faltas cometidas não apenas nessa existência, mas também das anteriores. Desde que consiga resolver dentro de si as dificuldades diante dos obstáculos que a vida irá apresentar.

O ódio também nos trás uma carga energética negativa muito intensa. Levando-nos ao desenvolvimento de doenças que podem nos causar a morte.
Quem odeia tem normalmente dificuldade em perdoar e, assim, libertar essa negatividade que envenena a sua própria alma.

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O espinho 

(Pão Nosso, Chico Xavier, Emmanuel. Capítulo 126)

“E para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, mensageiro de Satanás.” – Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 12:7.)

Atitude sumamente perigosa louvar o homem a si mesmo, presumindo desconhecer que se encontra em plano de serviço árduo, dentro do qual lhe compete emitir diariamente testemunhos difíceis. É posição mental não somente ameaçadora, quanto falsa, porque lá vem um momento inesperado em que o espinho do coração aparece.

O discípulo prudente alimentará a confiança sem bazófia, revelando-se corajoso sem ser metediço. Reconhece a extensão de suas dívidas para com o Mestre e não encontra glória em si mesmo, por verificar que toda a glória pertence a Ele mesmo, o Senhor.

Não são poucos os homens do mundo, invigilantes e inquietos, que, após receberem o incenso da multidão, passam a curtir as amarguras da soledade; muitos deles se comprazem nos galarins da fama, qual se estivessem convertidos em ídolos eternos, para chorarem, mais tarde, a sós, com o seu espinho ignorado nos recessos do ser.

Por que assumir posição de mestre infalível, quando não passamos de simples aprendizes?
Não será mais justo servir ao Senhor, na mocidade ou na velhice, na abundância ou na escassez, na administração ou na subalternidade, com o espírito de ponderação, observando os nossos pontos vulneráveis, na insuficiência e imperfeição do que temos sido, até agora?

Lembremo-nos de que Paulo de Tarso esteve com Jesus pessoalmente; foi indicado para o serviço divino em Antioquia pelas próprias vozes do Céu; lutou, trabalhou e sofreu pelo Evangelho do Reino e, escrevendo aos coríntios, já envelhecido e cansado, ainda se referiu ao espinho que lhe foi dado para que se não exaltasse no sublime trabalho das revelações.
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Enfim, alimentar o ódio é cegar e ir de encontro ao que o Mestre Jesus nos ensinou através de seus exemplos de humildade, amor e caridade para com o próximo.

Que a paz do Senhor esteja convosco.

Violência Contra a Mulher




http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2014/04/IPEA_sips_violenciamulheres04042014.pdf

Comecei com um documento baseado em estatísticas, pois assim, procuro justificar os meus pensamentos com dados e não com achismos. O achismo é desestruturado por si mesmo e não há solidez argumentativa. A lógica e a coerência são posicionamentos que acompanham por obrigação toda e qualquer justificativa de discurso espírita. Quem não o faz, sendo espírita, está indo de encontro a uma de suas mais fortes premissas.
Penso que o mesmo deveria ocorrer com as demais religiões. No entanto, infelizmente, algumas insistem ainda no imaginário ou mesmo na realidade fantástica. Assim como faziam os nossos ancestrais primitivos.
É sabido que a redação do ENEM desse ano tratou da questão da violência de gênero. Especificamente sobre a mulher.
Óbvio que poderiam ter discorrido sobre quaisquer outros tipos de violência, mas há de se escolher um universo menor para que a ação de redigir se faça possível.
Mas, pergunto: por que tanta celeuma?
O tema "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira" foi motivo de grande furor virtual. Tanto de defensores quanto de opositores.
Mas por que tanta oposição? Os dados levantados por entidades sérias e comprometidas seriam mentiras?
É importante deixar claro que o objetivo não é tornar o homem um bandido, mas educar o homem de hoje e o homem do amanhã para suas obrigações como cidadão. Bem como a mulher de hoje e a mulher do amanhã para que também tenha seus respectivos compromissos.
Uma família, como dissemos anteriormente, é composta por um grupo que se ama e se cuida mutuamente. Ao meu ver, não há outra forma de pensar em família sem ser pelos laços de amor.
Portanto, construir culturalmente pensamentos que cultuam o respeito mútuo, independente de gênero, raça, cor, credo, orientação ou quaisquer outra forma de simplesmente ser, no sentido de indivíduo, é mais que necessário.
As cores que nos apresentam dia a dia diante de nossos olhos ou, se formos cegos, os sons que se propagam e tomam forma para a nossa localização espacial, por exemplo, são aglomerados de diferentes partes cujo todo formam um conjunto que nos guia. Uma maneira na qual Deus nos coloca como personas inseridas nesse Cosmo e coparticipantes.
Tudo, fazendo um paralelo com o filme Cloud Atlas, está conectado. Assim pensam os filósofos Deleuze e Guattarri na sua teoria rizomática. Em outras palavras, somos todos responsáveis, sem exceção, por tudo que nos cerca. Por nossas alegrias e tristezas, por nosso sucesso e nosso fracasso.
No entanto, é necessário que tenhamos em mente a obrigação de construir um mundo melhor. De plantarmos positividade e pararmos de vitimismo, bem como de pararmos de ser meios de propagação de miasmas. Enfim, somos e vivemos o que pensamos.
A violência nada mais representa que o desequilíbrio da alma, o egoísmo latente, a prepotência e a arrogância. Um pseudo sentimento de superioridade.
A violência grita na denúncia de um ser moralmente atrasado cujos vestígios da primitividade ainda não foram excretados.
É importante que as mães ensinem a seus filhos o cuidado que devem ter com as suas parceiras, a dedicação, o respeito. E as suas filhas, além do mesmo, o acréscimo de amarem-se como seres que são e, jamais como subgênero em uma sociedade que insiste em ainda ter o homem como centro de todas as atenções e direitos.
Quando interrogado sobre a mulher que havia "traído" o marido, Jesus apenas respondeu que aquele que tivesse sem pecados atirasse a primeira pedra.
Hoje, como ontem, sairíamos todos cabisbaixos e em silêncio diante da "pecadora", pois não temos e nunca teremos, nesse mundo de provas e expiações, moral alguma em relação aos possíveis erros de nosso próximo.
Sejamos mais caridosos e mais benevolentes. Baixemos a guarda e não carreguemos bandeiras das quais somos completamente incompetentes de fazê-los.

Que a paz do Senhor Jesus esteja convosco.

O Egoísmo



O egoísmo, esta chaga da Humanidade, deve desaparecer da Terra, cujo progresso moral retarda; ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la subir na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o objetivo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem; digo coragem porque é preicso mais coragem para vencer a si mesmo do que para vencer os outros. Que cada um, pois, coloque todos os seus cuidados para combatê-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. É negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
Jesus vos deu o exemplo de caridade e, Pôncio Pilatos, o do egoísmo; porque enquanto o Justo vai percorrer as santas estações do seu martírio, Pilatos lava as mãos dizendo: Que me importa!Ele disse aos judeus: Este homem é justo, por que quereis crucificá-lo?e, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.
É a esse antagonismo da caridade e do egoísmo, à invasão dessa lepra do coração humano, que o Cristianismo deve não ter cumprido ainda toda a sua missão. É a vós, apóstolos novos da fé e que os Espíritos Superiores esclarecem, a quem incumbe a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao Cristianismo toda a sua força e limpar o caminhos das sarças que lhe entravam a marcha. Extirpai o egoísmo da Terra, para que ela possa gravitar na escala dos mundos, porque já é tempo de a Humanidade vestir o seu traje viril e, para isso, é preciso primeiro extirpá-lo do vosso coração. (Evangelho Segundo o Espiritismmo.Cap.XI-11)

domingo, 4 de outubro de 2015

A Serenidade


Casas Mal Assombradas


Haverá quem acredite em casas mal-assombradas? De um modo geral, se pensa que são contos das vovós para assustar crianças. Contos para espíritos fracos e crédulos, pensam muitos.

Mas a história de casas mal-assombradas é tão velha quanto o mundo.

Já se soube de casos em que se descobriu que os fatores que provocavam ruídos não passavam de artifícios usados para amedrontar os moradores, vingar uma injustiça, desacreditar uma casa para comprá-la barato ou simplesmente para rir às custas dos ingênuos.

Em outros casos, os ruídos estranhos, aumentados pelo silêncio das noites e a imaginação excitada, demonstraram ser apenas animais domésticos em movimento: cães, gatos, ratos, morcegos ou o vento a estalar velhas traves, batendo portas e derrubando objetos.

Mas nem todos os casos de assombração se podem enquadrar nessas explicações.

É uma realidade a existência dos fantasmas que assombram algumas casas.

Na Inglaterra, os fantasmas são atração turística, o que significa boa fonte de divisas. A Associação Britânica de Viagens divulga o Guia dos fantasmas britânicos.

Os jornais anunciam casas para alugar, com fantasmas ou sem fantasmas.

Consta existirem na Grã-Bretanha dez mil fantasmas, mais ou menos catalogados, três mil dos quais podem ser visitados nos locais que frequentam.

A Torre de Londres é um viveiro superlotado desses esquisitos e transparentes seres, todos irmãos nossos, em tarefa regenerativa.

Conta-se que até hoje o fantasma de Ana Bolena, a infeliz rainha e esposa de Henrique VIII, reside no palácio de Hampton Kurt, perto de Londres.

Por que, é de nos perguntarmos, os Espíritos permanecem em certos lugares, onde viveram, trabalharam quando possuíam um corpo de carne?

Alguns são somente Espíritos que se desejam divertir. Isso mesmo: se divertir às custas dos sustos alheios. Outros têm por objetivo vingança.

Sabe-se do caso de um Espírito, que atormentava a casa de duas irmãs. Em certo momento disse que aquilo fazia para as castigar. Elas falavam muito mal do próximo e ele mesmo, quando encarnado, fora vítima das suas calúnias.

De outras vezes, são Espíritos necessitados que desejam chamar a atenção para sua existência.

Finalmente, existem os que permanecem fixados a certos lugares pelos dramas que ali viveram ou tarefas que desempenharam.

É comum, ainda hoje, em castelos europeus, serem identificados Espíritos de soldados e oficiais nazistas a montarem guarda, a executarem ordens como se não tivessem perdido o corpo físico.

Que desespero o de verem pessoas adentrarem salas e escritórios para bisbilhotar, como acreditam eles!

O que, portanto, as pessoas chamam de fantasmas são Espíritos, as almas dos homens que morreram e não se deram conta ou permanecem vinculados às coisas da Terra.

O remédio para eles é a prece. Alfred de Musset dizia que a prece é um grito de esperança.

Orar, assim, em benefício daqueles que, libertos da carne, ainda se conservam ligados ao ambiente terreno em que viveram e cometeram crimes, desatinos, é um ato de caridade.

Pensemos nisso e exercitemos essa prática.



Redação do Momento Espírita, com base no cap.2
do livro As casas mal-assombradas, de Camille
Flammarion, ed. FEB e na pág. 26 da revista Presença
espírita, nº 18, ed. LEAL.
Em 30.9.2013.

Intolerância Religiosa

         

Transcrevemos a descrição daquilo que se chamava auto-de-fé:

         “O auto de fé - diz o escritor - consistia em apanhar uma dúzia de culpados, na consciência dos quais se haviam encontrado uns pensamentos escondidos (un recel de pensées); empilhavam-se, então, feixes de lenha, muito bem colocados, uns sobre outros, em boa ordem e simetria, visto que nossa Santa Madre Igreja sempre foi inimiga da desordem; do monte de achas emergia um poste; havia três, dez, algumas vezes uns vinte, destes belos postes, muito convenientemente espetados; ligavam-se a eles, com cordas inteiramente novas, os malandros suspeitos de medíocre fervor católico. Depois,  vinham os monges com círios e punham fogo aos feixes; a fumaça ascendia; as chamas precipitavam-se; os infortunados tentavam esforços sobre-humanos por se libertarem dos laços; a carne tostava; escapavam-se lhes bramidos de dor... Morriam em inomináveis agonias, com a face retorcida, a alma desesperada por tanta perversidade. Chamava-se a isto um auto-de-fé." (9)

          Um exemplo, este nosso:

         Giordano Bruno proclamava que milhares de mundos, sóis inumeráveis se achavam disseminados na infinita amplidão; que a Terra era um átomo lançado no espaço; não tinha importância especial nem preeminência com relação a outras terras, as quais também se moviam no etéreo espaço infinito; afirmava que tudo é perfeição e ordem na natureza, devendo ter-se como errada a doutrina que conferisse prerrogativas ao atrasado mundo em que habitamos.

          Essas e outras profundas heresias fizeram-no subir à fogueira purificadora.

          Na data de sua execução, que foi a 17 de fevereiro de 1600, as ruas da cidade de Roma estavam repletas de povo. Nada menos de cinquenta cardeais vieram para a grande festividade crematória. Por toda parte viam-se as filas de peregrinos, longas, intermináveis, com variado indumento, que se iam de igreja em igreja implorar o perdão de seus pecados, e encomendar as santas almas ao Criador.

          No meio da plebe notavam-se príncipes e eminentíssimas personagens e não raro, atrás deles, o pontífice.De todas as bocas se erguiam preces; todos os joelhos baixavam à terra; as procissões desembocavam de todas as esquinas. Era uma demonstração nunca vista de humildade e brandura. Disseram-se em S. Pedro quarenta e uma mil e duzentas e trinta e nove missas (41. 239), havendo, também, um número espantoso de comunhões.

          Ouçamos, agora, Arturo Labriola e Lúcio Vero:

          "Quell' immenso concorso di popolo - i cronisti del tempo [anno ascendere a tre milioni ilnumero dei pellegrini convenuti a Roma - quel continuo pregare sembravano il segno piu sicuro che tutti i cuori dovessero inclinare a misericordia e perdono, e tutti congiungersi amorevoli nel Redentore pacifico dell' umanità. Pure non era cosi."

          "Aquele imenso concurso de gente - os cronistas do tempo faziam ascender a três milhões o número de peregrinos vindos a Roma - aquelas contínuas rezas pareciam o mais seguro penhor de que todos os corações ali estavam para se inclinar à misericórdia e ao perdão, para se unirem, em amor, ao Redentor pacífico da humanidade. Mas tal não se dava." (9-A)

          De fato, não foi o que se viu. O pobre filósofo, cujo imenso crime era não estar ao nível da ignorância da época, nem concordar com a escravização do pensamento, foi ao suplício, acompanhado da imensa multidão Que enxameava nas ruas e nos templos. Os sacerdotes empunhavam crucifixos; soldados e guardas conservavam as suas armas, como se temessem ainda o prisioneiro, que marchava a pé, sem um parente, sem um conhecido, sem um amigo ao lado, amarrado, acorrentado, encadeado, em direção ao local do martírio, que, por ironia, tinha o nome poético de Campo das Flores.

          O cortejo fúnebre cantava litanias, fazia orações e lançava anátemas ao condenado.

          Depois o puseram sobre as achas e lhes deitaram fogo, enquanto a multidão piedosa alternava os olhares entre o Céu e as chamas, como agradecendo àquele o esplendoroso espetáculo que estas lhe proporcionavam.

          E assim se extinguiu, nas contorções do hediondo martírio, aquele homem ilustrado, clarividente, sincero e bom, mas que abalara a Igreja secular com as verdades que viera trazer ao mundo.

          Resta-nos, hoje, no século das luzes, luzes certamente mais brandas, o consolo de que já não seremos queimados. Apenas, as verdades espíritas, na opinião de muitos, ainda se não podem ou se não devem dizer de público, pelo menos nas escolas.

(9) Michel Zevaco - "Triboulet"

(9A) Arturo Labriola e Lucio Vero - "Giordano Bruno" pág.87, Roma, Ed.Podrecca e Galantara.

Autor: Carlos Imbassahy

Fonte: Religião - Palavras Preliminares (Página 46)
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Fonte do texto acima: http://www.vademecumespirita.com.br/goto/store/texto/656/a-intolerancia-religiosa-e-a-ignorancia

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Momento em que pais adotivos vão buscar seus filhos no orfanato


Os Filhos

(Do Livro "O Profeta", Kahlil Gibran)

Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:
         
Vossos filhos não são vossos filhos.        
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.        
Vêm através de vós, mas não de vós.        
E embora vivam convosco, não vos pertencem.        
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,        
Porque eles têm seus próprios pensamentos.        
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;        
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,        
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.        
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,        
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.        
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.        
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força        
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.        
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:        
Pois assim como ele ama a flecha que voa,        
Ama também o arco que permanece estável.

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Ter filhos ou não? Escolha consciente!


Por Ana Elisa Oliveira

A farmacêutica Jacqueline Máximo, 47 anos, de Belo Horizonte (MG), sempre teve receio de ser mãe. “Sempre fui muito analista a respeito das coisas do mundo, afinal, ele não está fácil. Ao mesmo tempo em que sair da minha zona de conforto, para mim, era uma prova ter filhos”, conta. Ainda assim, Jacqueline decidiu superar o medo quando estava com 39 anos, porque o marido queria muito ter filhos. “Cheguei a chorar quando pegamos o resultado, mas o meu marido ficou tão feliz e recebi tanto carinho das pessoas que fui me tornando uma grávida mais satisfeita”, lembra Jacqueline.

Com o dia a dia das pessoas cada vez mais corrido e o mundo apresentando tantos desafios, a decisão de ter ou não filhos ainda é bastante discutida nos dias de hoje. Os recursos que a indústria e a tecnologia dão ao ser humano, na Terra, têm tornado a rotina cada vez mais eficiente. No entanto, esta praticidade das tarefas gera mais compromissos, ocupando quase todo o dia das pessoas. A tecnologia (aparelhos de celular, internet), o trabalho, as atividades físicas, as viagens, o lazer trazem, como consequência, a falta de tempo, o estresse e o cansaço. As lacunas de tempo que antes serviam ao relacionamento mais próximo com a família e amigos já quase não existem.

Desta forma, ter filhos deixou de ser uma obrigação. E sem falar que as mulheres estão cada vez mais assumindo funções no mercado de trabalho, o que torna o cenário ainda menos propício a uma possível expansão da família. Aliado a tudo isso, as diversas alternativas que hoje existem para o planejamento familiar e para evitar a concepção, além do receio de assumir ainda mais responsabilidades, o que faz com que as mulheres, principalmente, adiem – e até excluam – essa opção de suas vidas.

Pontua-se, aqui, ainda, que a Doutrina Espírita se opõe totalmente a qualquer tipo de aborto, ou seja, a qualquer forma de interrupção do óvulo já fecundado, em qualquer situação que tenha sido concebido – já que a união do espírito com o corpo se dá no momento da concepção. Desta forma, ainda que a oportunidade de tornar um espírito reencarnado por meio de uma gestação seja uma missão de grande oportunidade para a evolução, a responsabilidade também tem a mesma proporção. Segundo a estudiosa da doutrina e advogada Simone Rachid, trabalhadora da Fundação Espírita Carita, em Belo Horizonte, pais e filhos geralmente têm histórias entrelaçadas há várias encarnações, e elas podem, muitas vezes, ser alternativas para apaziguar relações conflituosas.

A escolha de trazer uma nova vida ao mundo, hoje, não é somente racional. A psicóloga Christiane Roussin explica que trata-se principalmente de um ato de humildade, amor e caridade. “Humildade, por reconhecer que somos falhos, que criamos uma sociedade adoecida nos seus valores morais e espirituais; amor, por querer compartilhar este mundo com o bebê que virá da forma que vier (com toda sua carga genética e energética); e caridade, por saber de todos esses aspectos e mesmo assim estar aberto aos desafios de ser pai e mãe”, afirma.

A decisão de ter filhos e do melhor momento para isso faz parte do planejamento reencarnatório e do livre-arbítrio de cada um. No livro Nossos Filhos são Espíritos, o autor Herminio Miranda relata a emocionante experiência da paternidade, o que também traz responsabilidades. “A geração de um corpo humano para que nele se instale um espírito é uma decisão grave, pejada de implicações e consequências. Representa um convite formal a alguém que já existe numa dimensão que nos escapa aos sentidos habituais e que estamos propondo receber, criar e educar, oferecendo-lhe nova oportunidade de vida”, afirma o autor.

Simone Rachid compartilha desta opinião. “A nossa consciência será sempre o sinalizador das nossas decisões e podermos sempre optar e escolher o nosso caminho, faz parte da nossa evolução”, pontua. No entanto, ela faz ressalvas quanto às consequências, que podem ser bastante positivas. “As dúvidas que muitas vezes permeiam a decisão da maternidade ou paternidade são superadas pela alegria de poder recomeçar, fazer novos caminhos, estabelecer novas relações e desenvolver cada vez mais a capacidade de amar e ter certeza de que essa trajetória transforma a nossa vida”, afirma Simone.



Missões Diversas em um Mundo Atribulado

Algo que impede e adia a decisão de muitos casais de gerar uma nova vida é a turbulenta rotina que o século XXI proporciona, com responsabilidades cada vez mais extensas e tempo livre cada vez mais curto, além da preocupação com a vida financeira. A advogada Flávia Penido, 28 anos, se vê mãe desde a infância, e até mesmo imagina seus filhos a esperando em casa quando chega do trabalho. 

Ainda assim, ela adia o momento porque espera se estabelecer profissionalmente, já que terá que abrir mão de muita coisa. “Considerando os meus objetivos profissionais, apesar de planejar e tentar organizar minha vida para que no momento do nascimento eu tenha tempo para dedicar aos meus filhos, acredito que não vou conseguir evitar que ela esteja bastante agitada e sei que vou precisar fazer algumas renúncias. Talvez sejam essas renúncias que mais me preocupam”, pondera Flávia.

A decisão de não ter filhos não é repreendida, já que cada um sabe, de acordo com a sua consciência, das suas reais responsabilidades e missões nesta vida. A jornalista Bruna Miranda, de 32 anos, não pretende ter filhos porque se engajou de tal maneira a certas causas – e talvez por isso tenha deixado um pouco de lado o instinto maternal. “Depois de várias mudanças profundas na minha maneira de enxergar a vida, na minha espiritualidade e até profissionalmente, sinto que minha ‘missão’ é muito relacionada ao que amo fazer, que é a busca por ações com propósitos e por mudanças positivas, e tão necessárias, em questões de direitos humanos, campanhas ambientais e causas animais”, diz. Ela acrescenta que pode mudar de ideia e que “a decisão não é a de não gerar uma nova vida, mas me dedicar e ajudar, como puder, as vidas que aqui já habitam e o nosso meio ambiente”.

A fisioterapeuta Thaís Cruz, de 31 anos, sempre quis ter filhos, no entanto, terminou um relacionamento de cinco anos recentemente. “Estava imaginando que seria mãe no próximo ano, mas acabei me divorciando. Estava preparando minha saúde física e mental para assumir essa responsabilidade”, conta. Agora, Thaís tem novos planos, como a realização do sonho de estudar Medicina. Ela não descarta a vontade de ter filhos, mas enxerga que também pode ter outros objetivos edificantes, assim como Bruna. “Se por acaso não os tiver, estarei pelo mundo afora praticando Medicina solidária. Dedicarei a minha vida aos mais necessitados, principalmente aos irmãos africanos e também aos brasileiros e na América Latina”, afirma Thaís.

O que dizem as obras de Kardec

Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec traz algumas interpretações sobre o tema e pergunta, na questão 693: “São contrários à lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução?”. Como resposta dos espíritos, recebe a mensagem: “Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei geral.” Em seguida, ainda na mesma pergunta, ao questionar o impedimento da reprodução de espécies que podem ser nocivas até mesmo ao homem, ganha a seguinte resposta: “Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades. Não deve opor-se-lhe sem necessidade.”

Pode-se concluir que já no século XIX a interpretação que os espíritos traziam a respeito da reprodução humana era flexível. Falava-se na necessidade da reprodução humana, mas ainda assim Kardec lembrava que tudo deve ser feito dentro dos limites do livre-arbítrio.

Fonte: http://serespirita.com.br/ter-filhos-ou-nao-escolha-consciente/

Intolerância Religiosa e Homossexualidade: Qual o papel das religiões?

Por Elaine Prada

“A minha experiência com a religião não foi das melhores, embora eu tenha sido bem acolhida e incentivada pelo meu pai a perseverar, a minha condição era vista como pecado e a minha presença na igreja era tida como um caminho para a cura. Eu me questionava constantemente: se não sou doente, porque querem me curar?”

A indagação é da jornalista A.P., de 28 anos. Ela é homossexual e sempre teve dúvidas sobre as afirmações da igreja a respeito de sua opção sexual.

T.M., administrador de 32 anos, também homossexual, indaga da mesma forma. “Meu pai não me aceita até hoje, não entende e não faz questão de entender. Sem o apoio incondicional da minha família, busquei suporte em algumas igrejas, mas o fato é que não me senti compreendido em nenhuma delas, além disso, vejo constantemente citações de ódio por membros da igreja na TV que me fazem repensar a fé e vendo essas situações, a necessidade que tinha por uma busca espiritual, nem sei se tenho mais.”

Relatos assim não são difíceis de encontrar. Muitas religiões – e é importante deixar claro que nem todas se encaixam nesse perfil – estão sendo utilizadas como plataformas de promoção para pessoas ambiciosas, que apoderam-se de discursos medievais e da fé do povo, para incitar o ódio, fazendo exatamente o contrário do que a igreja ou mesmo os ensinamentos cristãos ensinam.

Diante da diversidade e da isonomia que a natureza apresenta, e diante da reencarnação e da evolução continua, quem de nós estará livre de encarnar um dia com sentimentos semelhantes?

Para o diácono Augusto Langa, essa religião que condena não é a “igreja de Deus”, mas sim, a igreja dos homens. Segundo Langa, a religião não deve ferir a liberdade e a dignidade humana, mas sim, acolher e orientar, de acordo com sua interpretação do que é correto e justo. Ele lembra ainda que a religião deve aceitar a diversidade sempre. “É nesse momento, inclusive, que as igrejas precisam demonstrar a solidariedade e a fraternidade que tanto pregam”, analisa Langa.

Dicionários revelam que intolerância significa a falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças, intransigência com relação a opiniões, crenças e o modo de ser que reprovamos ou julgamos falsos. Percebe-se que a intolerância está em todo o lugar e não há necessidade de ir muito longe para se encontrar sinas de profunda austeridade.

Para o sociólogo e teólogo espírita, Guilherme Knopak, dentro da ótica do Espiritismo a homossexualidade é uma grande oportunidade de aprendizado e evolução. “A homossexualidade representa um espaço de expressão que permite ao espírito agregar valores e saberes para a sua trajetória reencarnatória”, analisa. Ele lembra que o Espiritismo não discrimina. “Não podemos reduzir nenhum indivíduo a uma capacidade ou atributo, mas entendê-lo em sua integralidade”, conclui Knopak.

O sociólogo e teólogo espírita utiliza-se da afirmação do intelectual norte-americano Gore Vidal em que ele explica que não existem pessoas homossexuais ou heterossexuais, mas atos homossexuais e heterossexuais. E o que isso quer dizer? Em resumo, significa que a homossexualidade também representa uma possibilidade de evolução, desde que essa condição possibilite a construção de uma existência pautada em valores morais. “Se os valores de uma relação homossexual forem de construção e amor ao próximo, também representam formas de processo de edificação do espírito”, comenta.

Segundo Knopak, a sexualidade é parte integrante de sua individualidade e de suas possibilidades de expressão e aprendizado no contexto material de reencarne, portanto, não cabe à religião “legislar” sobre a preferência sexual do ser humano, mas sim, orientar as pessoas para que vivam no amor e respeito mútuo.

O diácono Langa destacou ainda aquele que é o maior mandamento de todos e que deveria ser interpretado como um modelo para a vida, não permitindo questionamentos como esses que vemos atualmente: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado.” (Jo 13,34).



Fonte: http://serespirita.com.br/intolerancia-religiosa-e-a-homossexualidade-afinal-qual-o-papel-das-religioes/

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Da Existência de Deus - Pelo Espírito Meimei


Espiritismo Versus Aborto

Em Defesa da Vida

Os três funcionários daquela seção já não eram apenas colegas de trabalho, eram bons amigos.
A senhora que ocupava o cargo de chefia era uma espécie de mãe para os dois rapazes que dividiam com ela as atividades diárias.
O horário de expediente não era próprio para intensificar a amizade, e o tempo do cafezinho era curto para travar uma conversa mais demorada. Por essa razão, o moço Ronaldo, já casado, convidou o amigo para visitar sua casa.
Raul, o jovem solteiro, passou a freqüentar o lar do colega e os laços do afeto se estreitaram também com sua jovem esposa.
Passado algum tempo, o casal comemorava o nascimento da primeira filha.
A alegria tomou conta daquele lar com a chegada da pequena Ana Cláudia.
O tempo passou e um dia Ronaldo chegou ao trabalho cabisbaixo, o que não passou despercebido ao amigo, sempre atencioso e sensível.
“O que está acontecendo, meu amigo?” - Perguntou Raul.
Ronaldo disse-lhe que algo o estava preocupando muito, mas agora não era o momento para falar no assunto.
Naquele dia ele convidou Raul para tomar o cafezinho, alguns minutos antes. Precisava desabafar.
Mal se sentaram à mesa e Ronaldo disse ao amigo: “Você sabe que minha filha acaba de fazer dez meses e minha esposa está grávida outra vez?”
Não deu tempo para o amigo se manifestar e completou, aborrecido: “Mas eu não vou aceitar esse filho. Já marcamos o aborto para amanhã cedo. Vamos tirar a criança.”
Raul sentiu como se o chão lhe faltasse sob os pés. Como cristão, não conseguia entender como um pai e uma mãe tinham coragem de cometer um crime desses.
Ronaldo continuou suas justificativas dizendo: “Não dá para aceitar um filho logo em seguida do outro. Nossa menina está com apenas 10 meses...“
Raul agora entendera melhor as razões do amigo e perguntou com sincera vontade de obter uma resposta séria: “Mas, e por que você deseja matar seu filho?”
A pergunta caiu como uma bomba no coração de Ronaldo. Ele ainda não havia pensado na gravidade da situação.
Pensara em aborto, mas não no que ele representa: um homicídio.
Raul ainda lhe fez mais uma pergunta:
“E se sua filha vier a falecer, como ficarão as coisas?”
Ronaldo ficou desconcertado, abaixou a cabeça, terminou de tomar seu café e voltaram, ambos, para o trabalho.
Raul tinha atividades no seu Templo religioso e como a reencarnação é parte das suas convicções, rogou com fervor a Deus para que salvasse aquela criança.
No dia imediato os dois chegaram à seção, no período da tarde, pois trabalhavam só meio expediente, mas Raul não teve coragem de perguntar nada ao amigo. Temia pela resposta.
Ronaldo tomou a iniciativa, dizendo: “Minha esposa e eu não conseguimos dormir esta noite...”
O coração do amigo bateu acelerado..., mas não falou nada.
Logo Ronaldo concluiu: “Resolvemos deixar que venha mais um...”
Raul explodiu em lágrimas de profunda alegria e alguns meses depois estava na festa de um ano de Ana Paula, a segunda filha do casal, contemplando, feliz, o paizão exibindo as duas meninas, uma em cada braço.
O tempo passou e um dia, após retornar de breve viagem, Raul não encontrou o amigo na repartição, e quis saber o que havia acontecido.
A chefe lhe falou: “Então você ainda não sabe?”
“Não, me diga o que houve, por favor.” E a notícia lhe abalou novamente a estrutura ao ouvir a resposta:
“A filha mais velha do Ronaldo morreu.”
Raul dirigiu-se imediatamente para o lar dos amigos para encontrar o casal em profunda tristeza.
Ronaldo, que chorava discretamente com a filha adormecida em seu colo, disse com profunda dor ao amigo:
“Quero lhe agradecer por ter salvado minha vida. Sim, porque se você não tivesse evitado que eu matasse Ana Paula, a essa hora eu já teria matado a mim, movido pelo remorso e pelo desespero.”
Os amigos se abraçaram e choraram juntos por algum tempo. Mas Raul não esqueceu de agradecer a Deus por ter atendido às suas preces, poupando a vida daquela criança, que agora dormia, serena, no colo do pai, que um dia havia pensado em matá-la, no ventre da mãe.
Fonte:
Equipe de Redação do Momento Espírita. Mensagem baseada em história contada por Raul Teixeira em palestra na Comunhão Espírita Cristã de Curitiba-PR, no dia 11/04/02.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Milagre da Vida


Conflitos


O Argueiro e a trave no olho


“Por que vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho do teu irmão”.(Mt 7:3-5) 
“Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar de resistir à atração do mal?”
“Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” (Livro dos Espíritos, pergunta 919)
 É comum, infelizmente, a todos nós termos olhos afiados para as falhas alheias e, no entanto, sermos tão cegos para conosco.

Na passagem de Jesus com a mulher chamada de adúltera:
"Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos.
Eles disseram:
— Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério.
De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?
Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo.
Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles:
— Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão.
Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé.
Então Jesus endireitou o corpo e disse:
— Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?
— Ninguém, senhor! — respondeu ela.
Jesus disse:
— Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!"
Jesus nos mostra que é importante limparmos a nossa casa interior, observarmos os nossos erros e sermos indulgentes para com o próximo. Sabemos, no entanto, que devido às nossas chagas morais, é muito difícil agirmos assim. Embora seja completamente correto agir assim.

Estava lendo ainda hoje, em uma revista que trata da subjetividade humana no aspecto de manter-se bem relacionado com o mundo e as pessoas no geral, que os conflitos estão muito ligados a falta de flexibilidade nas relações. Ou seja, o meu ponto de vista vale mais que o seu ponto de vista. Quando na verdade, o nosso ponto de vista difere.

Quem está certo? Podem ser ambos, uma das partes ou nenhum.

Primeiramente, como eu havia escrito em posts anteriores, é importante e crucial termos o Evangelho de Jesus como guia de nossas vidas. O Antigo Testamento é interessante e possui partes interessantes, mas ler e ter como guia o Evangelho de Jesus é introjetar a maneira correta que visa o amor ao próximo.

Algumas religiões ainda pregam praticamente o olho por olho, dente por dente. Em outras palavras, a rigidez do código de Hamurabi na versão do antigo judaísmo em contraste com o amor incondicional pregado por Jesus.
"Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois que Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. …" (Mt 5:44)
Mas, quem somos nós para julgarmos o nosso próximo se nem ao menos somos capazes de curar as nossas imperfeições? Se ainda estamos enlameados pelo egoísmo que nos invade a mente e a alma? Onde nos julgamos senhores ou senhoras de todas as virtudes e algozes cruéis de nossos semelhantes? Onde nos julgamos superiores por ilusões chamadas classes sociais, cor de pele, base intelectual e adjetivos similares?

Quando nos libertarmos de nossa cegueira moral, poderemos nos permitir o olhar sobre aquele que, nesse momento, se encontra em uma situação mais precária que a nossa. Mas atenção! A precariedade pode ser apenas material, não necessariamente moral, pois aquele a quem nossos olhos insistem em ver em condições inferiores, muitas vezes moralmente são superiores a nós.

É importante observarmos que a vida, seja dessa leva na qual nos encontramos ou nas vindouras, respeita ao que nas cartas de tarô chamaríamos de roda da fortuna, ou seja, quem um dia se sente "por cima", amanhã - e entenda esse amanhã como algo que transcende a linha do tempo comumente conhecida - pode e estará "por baixo". Mas veja, muito disso sob o ponto de vista material, ou mesmo em obstáculos de vida que escolhemos (expiações) ou necessitemos passar (provas).

O mais importante é que possamos desenvolver a consciência de que somos realmente irmãos e irmãs. Filhos do mesmo Pai misericordioso que nos ama incondicionalmente.

Que os nossos irmãos que hoje cometem atos insanos - seja em que nível for -, amanhã, após percorrer longa estrada de aprendizado na dor, seguirá, como nós, aos braços de nosso Pai Amado, pois todos, sem exceção, somos filhos pródigos.

domingo, 27 de setembro de 2015

Mundos Infinitos - Rumi (voz: Letícia Sabatella)

Sobre Rumi


O Amor- Khalil Gibran- Narração: Letícia Sabatella


Haroldo Dutra Dias - Caridade, Perdão e Cura - SpiritismUSA


A Federação Espírita da Florida promoveu o 5th Spiritist Conference of Florida: The Art of True Healing: A Spiritist View. Nesta palestra de Haroldo Dutra Dias, aprendemos sobre a "Caridade, Perdão e Cura"

Papa Francisco: Comunicar a beleza da família

Papa Francisco recorda que a família é “o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar”, desde o seio materno.

Família, primeiro lugar onde aprendemos a comunicar

“O ventre que nos abriga é a primeira escola de comunicação. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; é preciso  aprender a enfrentá-los de forma construtiva. O perdão é uma dinâmica de comunicação e a família se torna uma escola de perdão porque é o lugar em que se quer bem além dos limites de cada um”, sublinha o Papa.

Guiar, não deixa-se guiar pelas tecnologias

Neste contexto, “os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação na família e entre as famílias. Descobrindo diariamente o centro vital que é o encontro, saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos guiar por elas”.

Batalhas ideológicas

“A família continua sendo um grande recurso e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se tem de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta onde se vive; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e doado. Que a família não seja um terreno de batalhas ideológicas“.

Promovendo a família 

“não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro”, conclui Francisco na mensagem.

Fonte: Rádio do Vaticano

sábado, 26 de setembro de 2015

Dr. Andrei Moreira: Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal



Ver mais:

Uma rápida discussão sobre a aprovação do "Novo" Estatuto da Família

"Relator do projeto de lei que cria o Estatuto da Família, o deputado federal Diego Garcia (PHS-PR) deverá apresentar nesta quarta-feira (2), em comissão especial da Câmara, relatório em que define como família a união entre homem e mulher por meio de casamento ou união estável, ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos." Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/relator-na-camara-define-familia-como-uniao-entre-homem-e-mulher.html


A minha visão de família se resume a isso:"Família é um agrupamento de duas ou mais pessoas que se amam, se respeitam e se cuidam entre si."

Resumir uma família a um homem e a uma mulher apenas, onde a predominância é a função biológica da qual, àqueles que defendem o Criacionismo, usam como justificativa, é no mínimo irônico, para não dizer hipócrita.

Por quê? Por que a "Ciência" os serve quando querem justificar as suas leituras obtusas, da mesma forma que fazem com a Bíblia, da realidade. A Ciência, para eles, não serve para provar que Adão nunca existiu - nem mesmo Eva - e que Caim, quando saiu do "paraíso", conheceu a sua esposa que do nada apareceu. A Ciência não serve, pois não apoia a teoria do absurdo que não tem mais espaço em um mundo que avança tecnologicamente e mostra dia a dia novas e fantásticas descobertas arqueológicas. Que prova, mesmo sem querer, que Deus não é antropomórfico, mas que é a Causa de Todas as Coisas (Evangelho Segundo o Espiritismo, resposta a Pergunta 01).

Os fundamentalistas, em seu radicalismo, defendem a não caridade através da prática da exclusão. Esquecem que as leituras excludentes que fazem do mundo é um dos grandes geradores da não compreensão de nosso Deus. Deus - usando uma palavra que achei completamente pertinente e ouso usar como empréstimo do grande Haroldo Dutra - Cósmico.

A falta de respeito quanto à individualidade, o livre arbítrio, chega às raias de utilizar um livro - escrito por homens, de raízes profundamente históricas e morais, mas lido normalmente de maneira completamente equivocada - para justificar sua linha de crueldade, de maldade e gerador de dores muitas vezes viscerais. A falta de respeito à individualidade que gera mortes, assassinatos, suicídios, bullying e outras atrocidades psicológicas e físicas.

Muitos chegam a dizer que "antigamente não haviam muitos homossexuais, mas hoje, em cada esquina encontramos muitos", "que devemos proteger nossos filhos desse vírus gay", "da doença gay". Mas a doença de fato, está na forma como encaramos a diversidade. A doença está em nossa alma, em nossa forma-pensamento, bem como na falta de compreensão que o Pai os permitiu vir, encarnar e existir com um propósito. Propósito este que, normalmente em famílias que cultivam a homofobia, há um crescendo de encarnações de seres que são homossexuais.

A caridade consiste em respeitar ao próximo, em respeitar-se, pois, como disse Bob Marley: "Se todos se dessem as mãos, quem sacaria as armas?".

A exclusão fere, machuca, mata não apenas o corpo, mas o espírito e, em uma sociedade que cultiva o ter ao invés do ser, a não inclusão nos moldes heteronormativos faz com quem repitamos o erro que Hitler impôs a tantos: marcá-los com símbolos de tirania excludente. No caso, os homossexuais eram marcados através de um triângulo rosa ou preto invertido.


Por que necessitamos de rótulos? Para nos guiar melhor dentro de nossa incapacidade de aceitar as diferenças? Acredito que sim, pois o egoísmo nos leva sempre a terríveis choques de opinião e muitas vezes à eliminação daquele que nos "incomoda". E por que nos incomoda? Bom, eu aconselharia uma análise através de uma ajuda profissional, bem como iniciar estudos do Evangelho e dos ensinamentos do Cristo.

Penso que os rótulos, quando empregados a seres humanos, denotam a grande inferioridade moral na qual nos encontramos. Eles nos dão uma falsa ideia de superioridade. Superioridade esta que não temos, em nada! Somos viajores de um mundo ainda muito atrasado, nível 02, chamado de provas e expiações, uma das muitas moradas do Pai. E, se tivermos suado muito a camisa, talvez tenhamos a sorte de, no momento da transição, ficarmos aqui ainda em uma nova roupagem no mundo chamado de Mundo de Regeneração.

Que uma das nossas casa, a mente, seja local de limpeza constante, de modificação de "móveis", conceitos, de cultivo de positividade, respeito, amor, caridade. Que não sejamos facilitadores do desespero, da angústia, da desgraça, da negatividade. Embora eu saiba que há muitos irmãos que se comprazem nesses sentimentos, mas mais uma vez reforço que o atraso moral no qual insistem em permanecer também é gerador de seus sofrimentos e entrave para o alcance da felicidade que poderiam ter.

Apenas gostaria que refletissem a respeito do texto acima. Se quiserem, discutam comigo, com outros, mas que os nossos olhos fiquem cada dia mais abertos para compreendermos que seguir ao Cristo envolve muito mais do que ser assíduo ao templo. Seja ele qual for.

Que a paz do Senhor Jesus vos acompanhe.


Há muitas moradas na casa de meu Pai - Haroldo Dutra Dias


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Tudo Passa - Chico Xavier


Chico Xavier - Amar Sempre


Uma palavrinha sobre o amor



Como disse Paulo, em sua carta aos Coríntios, "ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria." (I Coríntios 13).

Quando nos referimos ao amor, não falamos apenas do amor sensual, mas também não o desprezamos, pois se ele existe, tem um motivo que não é apenas a procriação, mas a expansão, a comunhão com aquele (a) que amamos.

Amar implica em dividir. Em ser um fazendo parte de dois ou de uma comunidade. Amar não é apenas fazer sexo, mas entregar-se como meio de doação para com o próximo, ao irmão (ã) doente fisicamente e, o que acontece a quase 100% de nós, moralmente.

Quem ama, normalmente é tranquilo. Quem não ama, vive em sofreguidão, em busca, em insatisfação.

Amar sem esperar ser amado é raro. Amar sem dependência, também, mas ambos requerem aprendizado e...amor próprio.

Jesus nos falou que o segundo maior mandamento é: "Amar ao próximo como a ti mesmo." (Mc 12:13), pois o primeiro é "amar a Deus sobre todas as coisas". Como podemos observar, para que possamos amar ao próximo, devemos começar por nós. E esse posicionamento não deve ser confundido com o estímulo ao egoísmo, chaga que contamina e ainda destrói o mundo.

Muitos utilizam vulgarmente a palavra amor como sinônimo de sexo. Mas sexo por sexo, para quem acha que tem cabeça, pode ser feito com qualquer um (a), mas amar, ama-se apenas a um (a). O resto, é atração, tesão, confusão.

A monogamia, quando natural e não imposta, demonstra um desenvolvimento moral e a compreensão de respeito, companheirismo e cooperação dentro de um relacionamento a dois. E, concordando com uma amiga aqui do trabalho, exige maturidade com acréscimos de valores reais e não egoístas, segundo os ensinamentos do Mestre Jesus.

No Livro dos Espíritos, questão 701, temos o seguinte trecho:
"A monogamia está de acordo com a lei da Natureza. A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade. Se a poligamia fosse conforme à lei da Natureza, devera ter possibilidade de tornar-se universal, o que seria materialmente impossível, dada a igualdade numérica dos sexos. Deve ser considerada como um uso ou legislação especial apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fez que desaparecesse pouco a pouco."
Por normal, devemos entender o que se aplica às leis, à normatização. Por natural, o que está ligado à natureza e aos seus fenômenos físicos, químicos e biológicos, por exemplo.

Atrevo-me a dizer que não restringimos a noção de amor e respeito - e isso é uma opinião minha (grifo meu), pois a literatura espírita ainda é muito pobre nesse assunto - a relacionamentos heteronormativos.

Há os que optam por viver sozinhos, sem que isso seja um estorvo, mas de fato uma opção. Há os que optam por amar a humanidade através de seus atos que visem o aumento da qualidade de vida social. O meu bem só será completo se o teu bem também o for. A minha alegria será completa quanto em ti eu vir a felicidade. A minha segurança será completa quando eu perceber em ti que também a vives.

Amar, antes de mais nada, é mergulhar em si mesmo sem esquecer que não somos ilhas, mas seres sociais que interagem no crescimento do todo e, como disseram Deleuze e Guattari sobre o rizoma, "qualquer elemento pode afetar ou incidir em qualquer outro". Enfim, tudo está conectado.


Que a paz de Jesus esteja convosco.

O Mito de Sísifo


O título da obra acima é: A Punição de Sísifo. Esta obra é de autoria do grande pintor Ticiano.
Abaixo, coloco alguns trechos que considero interessantes na história desse mito:

"Mestre da malícia e da felicidade, ele entrou para a tradição como um dos maiores ofensores dos deuses."
"Certa vez, uma grande águia sobrevoou sua cidade, levando nas garras uma bela jovem. Sísifo reconheceu a jovem Égina, filha de Asopo, um deus-rio. Mais tarde, o velho Asopo veio perguntar-lhe se sabia do rapto de sua filha e qual seria seu destino. Sísifo logo fez um acordo: em troca de uma fonte de água para sua cidade, ele contaria o paradeiro da filha. O acordo foi feito e a fonte presenteada recebeu o nome de Pirene.
Assim, ele despertou a raiva do grande Zeus, que enviou o deus da Morte, Tânato, para levá-lo ao mundo subterrâneo. Porém o esperto Sísifo conseguiu enganar o enviado de Zeus. Elogiou sua beleza e pediu-lhe para deixá-lo enfeitar seu pescoço com um colar. O colar, na verdade, não passava de uma coleira, com a qual Sísifo manteve a Morte aprisionada e conseguiu driblar seu destino.
Durante um tempo não morreu mais ninguém. Sísifo soube enganar a Morte, mas arrumou novas encrencas. Desta vez com Hades, o deus dos mortos, e com Ares, o deus da guerra, que precisava dos préstimos da Morte para consumar as batalhas.
Tão logo teve conhecimento, Hades libertou Tânato e ordenou-lhe que trouxesse Sísifo imediatamente para as mansões da morte. Quando Sísifo se despediu de sua mulher, teve o cuidado de pedir secretamente que ela não enterrasse seu corpo.
Já no inferno, Sísifo reclamou com Hades da falta de respeito de sua esposa em não o enterrar. Então suplicou por mais um dia de prazo, para se vingar da mulher ingrata e cumprir os rituais fúnebres. Hades lhe concedeu o pedido. Sísifo então retomou seu corpo e fugiu com a esposa. Havia enganado a Morte pela segunda vez."
"Sísifo recebeu esta punição: foi condenado a, por toda a eternidade, rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível, invalidando completamente o duro esforço despendido. Por esse motivo, a expressão "trabalho de Sísifo", em contextos modernos, é empregada para denotar qualquer tarefa que envolva esforços longos, repetitivos e inevitavelmente fadados ao fracasso - algo como um infinito ciclo de esforços que, além de nunca levarem a nada útil ou proveitoso, também são totalmente desprovidos de quaisquer opções de desistência ou recusa em fazê-lo."
Fonte: Wikipedia
Albert Camus via a vida do homem contemporâneo, de acordo com o seu livro "O Mito de Sísifo", como um cadinho monótono e escravizado a religião, como esta é conhecida comumente, e ao modo de produção e trabalho predominante: o capitalismo. Levando o ser humano a um trabalho sem sentido, sem alegria, sem prazer.

Através do mito de Sísifo observamos o retrabalho, a perda de energia em cima de situações que apenas nos causam desgaste. Ou de situações que, por "cegueira", ignorância, prepotência e outras formas-pensamento nos levam a um entrave ou insistência em cima daquilo que consideramos como nossos objetivos de vida.

Objetivos devemos ter, pois sem eles não conseguimos realizações.
Otimismo sempre, no sentido de acreditar que conseguir melhorias é um direito, também é um ponto importante no que se refere ao bom viver. Mas há situações que por mais que lutemos, nunca conseguiremos alcançar. Então a frustração nos leva ao sofrimento. Sofrimento gerado por nós pela incapacidade de enxergar adiante e fora de nosso ponto de vista.

Voltando ao ponto de vista do Espiritismo, é importante desenvolvermos a humildade para compreendermos que a Espiritualidade Superior muitas vezes nos livra de situações que poderiam se tornar insuportáveis ou mesmo nos levar a enfatizar e ratificar chagas morais que possuímos.

Poderia você perguntar: - E o nosso livre arbítrio?

O nosso livre arbítrio consiste em desenvolvermos e pedirmos sabedoria para distinguir o bem do mal, dentro das nossas escolhas. Bem como aceitarmos as decisões das quais não temos condições de compreender a profundidade das consequências que poderiam nos afetar.

Boa tarde a todos e que a paz do Senhor vos acompanhe.


sábado, 19 de setembro de 2015

Vontade


"Comparemos a mente humana — espelho vivo da consciência lúcida — a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.
Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estimulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da  ultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.
Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.
A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.
Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.
A eletricidade é energia dinâmica.
O magnetismo é energia estática.
O pensamento é força eletromagnética.
Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.
A Vontade, contudo, é o impacto determinante.
Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.
O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.
Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a
Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.
Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.
Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem."
Fonte: Pensamento e Vida, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, Cap. 02.

Acalma-te - Mensagem de Emmanuel psicografia do médium Chico Xavier


Smile - Charles Chaplin

Um intervalo para um momento musical e de reflexão.


A Ostentação


"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança.
Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo."
Mateus 23:25,26
Com o advento das redes sociais, há uma preocupação imensa em expor o que, aparentemente, possamos ter em termos materiais. E, quando algumas vezes o fazemos em prol dos outros, de nosso próximo, caímos na bobagem de colocar em evidência mais uma vez.

Na parábola do Fariseu e do Publicano, no vídeo que aqui disponibilizamos, mostra claramente quando em oração, além de falar alto, gesticular para que os outros ouvissem, o fariseu deixou que moedas caíssem de suas vestes e, mais uma vez, a ostentação se fizesse presente.

Observo, e posso estar errada, que há uma carência de valores crescente no mundo. Estimulados pela nosso modo de viver, de produzir, de consumir. O consumo passou dos produtos industrializados, ou não, à pessoas.

Pessoas, sentimentos, relacionamentos são colocados em prateleiras à espera de um (a) cliente que as venha buscar. E, quando o fazem, retornam na busca incansável da satisfação plena em um ciclo infindo de busca, incompletude e busca.

Buscam pelo ser, ou situação material, perfeito, mas esquecem que são humanos e também imperfeitos. Querem "amar" sem ser questionados, sem que suas falhas sejam apontadas, sem que haja o mínimo esforço para mudarem-se interiormente e assim, poderem ceder, compartilhar, harmonizarem-se com o(a) seu eleito(a), familiar, amigo(a), colega, transeunte, etc.

Aliás, as palavrinhas mágicas, como dizem para os pequenos - bom dia, boa noite, obrigado (a), por favor, etc - estão se tornando esquecidas. Sorrir, como diz na música "Smile", é um simples ato que contamina aquele que o vê.

Não sejamos "sepulcros abertos", como disse Paulo de Tarso.
"A sua garganta é um sepulcro aberto." Romanos, 3:13
No livro "Fonte Viva", de Francisco Cândido Xavier, pelo espirito Emnanuel, o capítulo 51 trata justamente de atitudes nefastas que nós quando agimos como sepulcros abertos, espalhamos toxinas de morte ao nosso redor.

Agimos levados pelo império obscuro do eucentrismo - algo mais que egocentrismo - ou egolatria, digamos assim. E, consequentemente, esquecemos as nossas obrigações como seres humanos em um meio social. De nós, para conosco, e de nós para com o próximo.
"Enxergam apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de boa vontade que lhes partilham a marcha", Emmanuel (vide obra acima)
Gilles Lipovestsky, filósofo francês da atualidade, presenteia-nos em suas obras, assuntos que ratificam ideias aqui colocadas. Destaco para esse assunto em questão, dentre os livros, a obra: "A era do vazio: ensaio sobre o individualismo contemporâneo".

É importantíssimo, e esse é um dos meus objetivos aqui, associar o pensamento dos estudiosos de naturezas, religiões, crenças e não crenças, enfim, de realidades humanas diversas com os ensinamentos do Evangelho a luz do Espiritismo. Por que somos filhos do mesmo Criador e os pontos de vista, aparentemente divergentes, podem fazer a leitura do mesmo objeto de observação, complementando-se.

E mesmo que esse pontos de vista nunca se complementem, que respeitemos o tempo de cada um como ser em desenvolvimento, pois a verdade é única sob os olhos do Criador. Qual é essa verdade? Aquela que o Cristo nos trouxe.

Repassando, então, o conselho de Emmanuel, fica a dica:
"Quando te desviares, pois, para o resvaladiço terrreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois só assim se expressará, por ela, o verbo sublime do Senhor"
Que a paz do Senhor esteja convosco!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Cromoterapia e Espiritismo


Por cerca de quase dois anos, fiz meu tratamento na Casa Espírita André Luiz, em Ouro Preto, Olinda, Pernambuco - grande hospital de almas encarnadas e desencarnadas - e lá observei que as diversas salas, pois a cada uma havia um tratamento especifico, eram iluminadas por lâmpadas de cores específicas.

Curiosa, como sempre e incipiente antes de mais nada, perguntei sobre a importância e o motivo do uso de lâmpadas de tais cores. Responderam-me que eram assim dispostas, pois tinham como objetivo o tipo de tratamento, ou seja, do perispírito, dos chakras, físico, etc.

Achei extremamente interessante e coerente. Tempos depois, fui pesquisar a respeito e, como no post anterior, compartilhei com vocês alguns desses conhecimentos. Mas gostaria de dizer que, antes de ser vista como uma prática esotérica - como eu mesma via a cromoterapia - no sentido vulgar, pode ser vista sim, como uma prática esotérica no sentido real, pois esoterismo lida com a subjetividade, a matéria sutil, que afeta a matéria mais grosseira ou o corpo carnal.

Deixo claro que não falo de esoterismo como sinônimo de ocultismo ou magia. Não sou dessa área e nem tão pouco é uma prática ou trabalho exercido por nós espíritas. A Doutrina Espírita  tem regras e definições bem claras quanto a sua organização e estrutura.

O que desejo mostrar, no entanto, é a relação física entre as ondas, emitidas por cada uma das cores, em entrelace com àquelas emitidas por nós, pelo nosso ser. Dessa forma, os tratamentos viabilizam a harmonização desses nossos chakras. Sendo os mediuns, os intermediários que nos conduzem a cura segundo o nosso próprio merecimento.

Como podemos observar, o Espiritismo e a Ciência caminham juntas, pois, como disse o próprio Divaldo Franco, o Espiritismo é baseado na organização lógica do pensamento onde a religião vem banhar-se. Para um maior esclarecimento, na sua essência, a Doutrina Espírita obedece a três pilares: Filosofia, Ciência e Religião.

Que o Senhor Jesus banhe cada um dos seus lares com muita paz, harmonia e luz.

Que Assim Seja!

O que são os chakras


Muitos podem indagar por que o assunto Chakra paira aqui. Mas eu respondo da seguinte forma: os chackras são pontos de energia encontrados em nosso corpo e como estamos falando de energia cósmica, energia que emanamos do nosso corpo, energia mental, frequência mental, etc. nada mais salutar para o conhecimento do que darmos uma pincelada nesse assunto. Além disso, o trabalho desenvolvido nos Centros Espíritas envolve basicamente o alinhamento energético do indivíduo segundo a vontade deste indivíduo, seu merecimento e o trabalho que desenvolve em si de mudança comportamental diante a sua vida e a dos outros.

Chakra vem do sânscrito, língua falada na Índia, e significa: 
" "roda de luz". Os Chakras são centros de energia, que representam os diferentes aspectos da natureza sutil do ser humano. São eles: corpo físico, emocional, mental e energético. Os sete principais Chakras ficam localizados ao longo da coluna vertebral do corpo humano e, segundo a Tradição Hindu, seguem as cores do arco-íris." Fonte: http://www.personare.com.br/desvendando-o-significado-dos-chakras-m2073

Classificação e Descrição dos Chakras


Chakra Coronário

Cor: lilás e dourado

Representa nossa ligação com o Alto, a Energia Superior, o Universo. A sua função principal é evoluir, ascender e se aprimorar como ser humano.

Percebemos o Chakra Coronário em desequilíbrio quando apresentamos falta de inspiração, confusão, tristeza relacionada à falta de esperança, alienação ou hesitação em servir ao bem comum.


Chakra Frontal

Cor: azul índigo

Representa a mente e a intuição. A função dupla desse chakra faz com que ele seja um dos mais difíceis de manter o equilíbrio, pois o excesso de uma característica leva à falta da outra.

Quando em desequilíbrio, pode desencadear falta de concentração, medo, cinismo, tensão, pesadelos, e excesso ou falta de sono. Também é recorrente ter um acúmulo de pensamentos.


Chackra Laríngeo

Cor: azul claro

Tem ligação com a maneira que cada um se expressa. A função principal desse chakra é o se expressar. Por isso, a autoexpressão e a comunicação são as palavras-chaves dele. Ajuda a relacionar e exteriorizar o que sentimos e o que pensamos.

Percebemos que o Chakra Laríngeo está em desequilíbrio quando apresentamos problemas na comunicação - geralmente a falta dela - o uso insensato do conhecimento e a falta de discernimento. Nesse caso, a pessoa pode falar demais ou dizer bobagens por querer esconder o que sente. Num outro extremo, pode tender a falar pouco e "engolir sapos".


Chakra Cardíaco

Cor: verde e rosa

Simboliza o centro das emoções. Esse chakra é o centro do amor e sabedoria nas relações emocionais. Gera estabilidade e confiança, além de trabalhar as manifestações reprimidas e as feridas emocionais.

Quando o Chakra Cardíaco se mostra em desequilíbrio, pode gerar repressão do amor, instabilidade emocional, sensação de opressão e/ou peso no peito.


Chakra do Plexo Solar

Cor: amarelo

É onde "mora" o ego de cada um, representa a força do indivíduo. Sua funções primordiais são o poder e a vontade. Também mostra como está nossa digestão (de situações), nossos humores e controle.

Quando o Plexo Solar está com excesso energético pode gerar egoísmo, egocentrismo, fúria, medo, ódio e dificuldade em assimilar/digerir. E quando está com baixa energia, a pessoa fica apática, sem força de vontade e insatisfeita.


Chakra Sacro

Cor: laranja

Tem ligação com a criatividade e a vitalidade. As funções principais do Chakra Sacro são sexualidade, vitalidade e criatividade. Ele corresponde à nossa autoestima, à energia sexual e à expressão do "eu" através da sexualidade e/ou criatividade. É no centro energético do bem-estar físico, do prazer e da realização que se percebem as mágoas, sentimentos de culpa e medo (pecado).
Quando este Chakra está em desequilíbrio pode gerar dificuldades sexuais, ausência de objetivos, sentimento de impotência, confusão, ciúme, inveja ou desejo de possuir. Impacta diretamente no desejo e na vontade de viver, alcançar outros patamares, enfrentar desafios e viver o presente.


Chakra Básico

Cor: vermelho
A sua função é a sobrevivência, que inclui a própria segurança e as necessidades físicas básicas, tais como comer, beber e dormir, além do sexo e do abrigo.
Quando está em desequilíbrio, pode gerar insegurança, falta de "gana", atitudes mais violentas, ganância ou fúria. A pessoa ainda apresenta uma demasiada preocupação com a própria sobrevivência, tensão, o "viver para ter".


Conhecer os Chakras pode ser proveitoso, pois ajuda a buscar o equilíbrio e desafia as pessoas a se autossuperarem. Para que isso aconteça, é preciso investigar qual Chakra encontra-se em desequilíbrio, ou seja, com excesso ou falta de energia. A partir do momento que enxergamos o negativo e a crise como parte de um processo, iniciamos um movimento de autoaperfeiçoamento, que representa um impulso para o movimento, o crescimento, o aprendizado e a evolução.

É importante entender que os "opostos", como o excesso e a falta energética, completam-se. Isso significa que eles funcionam como sinalizadores, mostrando onde não estamos sendo verdadeiros conosco e em que aspecto poderemos melhorar.

Por que juntamos as mãos para orar


Uma das coisas que eu sempre me questionava era o motivo pelo qual juntávamos as mãos para orar. Percebi que esse gesto não era apenas usual nas religiões de origem judaico-cristã - até por que, muitos protestantes e espíritas têm outros gestuais para fazer as suas orações - mas atende a muitas religiões espalhadas pelo mundo.

Os protestantes normalmente têm o hábito de levantar as suas mãos aos céus, ou levar seus dedos à fronte. Os espíritas, em semelhança com católicos e demais religiões, colocam-nas em forma de conchas e viradas para cima.

Além do caráter ritualístico, o gestual - e podemos ver isso também nos chamados mudras dos indianos - faz parte da captura e transmissão energética. Afinal, somos energia também.
Como diria Einstein, a diferença entre a massa e a energia é uma questão de velocidade (dando uma explicação bem simplória frente à complexidade da Teoria da Relatividade).

Orar com mãos juntas e olhos fechados, propicia-nos concentração, respeito e humildade como ideais para esse feito. Mas, como eu falei acima, há pessoas que gesticulam como forma de exaltar seus pedidos de misericórdia e perdão. Já os das "conchinhas", como recebimento de energia positiva do Cosmo, dos Espíritos Superiores.

Com as mãos, podemos oferecemos amor e cura - o reiki e o passe são grandes exemplos -, comunicamo-nos em diversos idiomas, respeitando alguns limites de compreensão dos sinais. Dessa forma, as mãos podem ser vistas como meios de propagação e captação de energia cósmica.

Assim, nada mais justo que utilizá-las também para agradecermos a Deus todas as oportunidades a nós oferecidas.