terça-feira, 22 de setembro de 2015

Uma palavrinha sobre o amor



Como disse Paulo, em sua carta aos Coríntios, "ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria." (I Coríntios 13).

Quando nos referimos ao amor, não falamos apenas do amor sensual, mas também não o desprezamos, pois se ele existe, tem um motivo que não é apenas a procriação, mas a expansão, a comunhão com aquele (a) que amamos.

Amar implica em dividir. Em ser um fazendo parte de dois ou de uma comunidade. Amar não é apenas fazer sexo, mas entregar-se como meio de doação para com o próximo, ao irmão (ã) doente fisicamente e, o que acontece a quase 100% de nós, moralmente.

Quem ama, normalmente é tranquilo. Quem não ama, vive em sofreguidão, em busca, em insatisfação.

Amar sem esperar ser amado é raro. Amar sem dependência, também, mas ambos requerem aprendizado e...amor próprio.

Jesus nos falou que o segundo maior mandamento é: "Amar ao próximo como a ti mesmo." (Mc 12:13), pois o primeiro é "amar a Deus sobre todas as coisas". Como podemos observar, para que possamos amar ao próximo, devemos começar por nós. E esse posicionamento não deve ser confundido com o estímulo ao egoísmo, chaga que contamina e ainda destrói o mundo.

Muitos utilizam vulgarmente a palavra amor como sinônimo de sexo. Mas sexo por sexo, para quem acha que tem cabeça, pode ser feito com qualquer um (a), mas amar, ama-se apenas a um (a). O resto, é atração, tesão, confusão.

A monogamia, quando natural e não imposta, demonstra um desenvolvimento moral e a compreensão de respeito, companheirismo e cooperação dentro de um relacionamento a dois. E, concordando com uma amiga aqui do trabalho, exige maturidade com acréscimos de valores reais e não egoístas, segundo os ensinamentos do Mestre Jesus.

No Livro dos Espíritos, questão 701, temos o seguinte trecho:
"A monogamia está de acordo com a lei da Natureza. A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade. Se a poligamia fosse conforme à lei da Natureza, devera ter possibilidade de tornar-se universal, o que seria materialmente impossível, dada a igualdade numérica dos sexos. Deve ser considerada como um uso ou legislação especial apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fez que desaparecesse pouco a pouco."
Por normal, devemos entender o que se aplica às leis, à normatização. Por natural, o que está ligado à natureza e aos seus fenômenos físicos, químicos e biológicos, por exemplo.

Atrevo-me a dizer que não restringimos a noção de amor e respeito - e isso é uma opinião minha (grifo meu), pois a literatura espírita ainda é muito pobre nesse assunto - a relacionamentos heteronormativos.

Há os que optam por viver sozinhos, sem que isso seja um estorvo, mas de fato uma opção. Há os que optam por amar a humanidade através de seus atos que visem o aumento da qualidade de vida social. O meu bem só será completo se o teu bem também o for. A minha alegria será completa quanto em ti eu vir a felicidade. A minha segurança será completa quando eu perceber em ti que também a vives.

Amar, antes de mais nada, é mergulhar em si mesmo sem esquecer que não somos ilhas, mas seres sociais que interagem no crescimento do todo e, como disseram Deleuze e Guattari sobre o rizoma, "qualquer elemento pode afetar ou incidir em qualquer outro". Enfim, tudo está conectado.


Que a paz de Jesus esteja convosco.

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