A importância da oração

Normalmente recomendo ao meu filho, desde criança, que ore ao acordar e ao dormir. Minha mãe também pedia isso a mim e aos meus irmãos, apesar de não ser praticante religiosa. Aliás, toda a minha família é de origem católica. E não falei isso como crítica, mas para enfatizar que somos livres para as nossas escolhas, afinidades, atos, etc.

Hoje, apenas eu sou praticante espírita e meu irmão mais novo, simpatizante espírita.
Meu filho, está no momento de excentricidade religiosa, ou seja, não se diz ateu - e eu até acredito que não seja - mas não se coloca em agrupamento religioso algum.

Bom, voltando ao assunto central dessa postagem, é importante compreendermos o porquê da importância da oração.
Pois bem, vivemos atualmente em um mundo cujos valores estão entrando em colapso. Mas refiro-me a valores subjetivos como amor, caridade, amizade, lealdade. Enfim, valores positivos, reais, palpáveis e que nos completam como seres humanos.

Quando saímos às ruas, normalmente temos o cuidado de observar qualquer sinal ou situação que nos coloque em risco de vida, mas prezamos exatamente o quê? A nossa integridade física!
Quando não postamos fotos que nos exponha ao ridículo, sejam essas fotos de que natureza forem, estamos prezando pela nossa integridade moral.

Mas se acreditamos em vida após à morte, em uma imortalidade na qual o Cristo nos provou a existência através de seus ensinamentos, por que não adquirirmos o  hábito de orar?
Hábito, sim, reforço aqui, pois nos faz bem.

No Livro dos Espíritos, questões de número 658 a 666 (não tenho preconceito com números e muito menos superstição ou fobias), que pertencem ao capítulo IV - Da Prece, temos várias respostas que nos ajudam a compreender a sua importância.

Destaco aqui a seguinte pergunta:

 659. Qual o caráter geral da prece?

     — A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar nele, aproximar-se dele, pôr-se em comunicação com ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer.

Como podemos observar, a oração nos permite um momento de comunhão com Deus, de vibração positiva em torno de nós, de quem nos cerca, sejam eles encarnados ou desencarnados.

Outra pergunta importante que merece destaque é a seguinte:

660. A prece torna o homem melhor?

     — Sim, porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade.

      660 – a) Como se explica que certas pessoas que oram muito sejam, apesar disso, de muito mau caráter, ciumentas, invejosas, implicantes, faltas de benevolência e de indulgência; que sejam até mesmo viciosas?

      — O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas julgam que todo o mérito está na extensão da prece e fecham, os olhos para os seus próprios defeitos. A prece é para elas uma ocupação, um emprego do tempo, mas não um estudo de si mesmas. Não é o remédio que é ineficaz, neste caso, mas a maneira de aplicá-lo.

Em relação a primeira parte da pergunta, se a oração nos torna melhor, devemos levar em conta uma oração sincera, que vem do coração - sinônimo de alma - ao contrário daqueles, para nos referirmos a segunda pergunta, que o fazem para cumprir protocolos, para se fazerem aceitar em algum grupo, para se passarem por pessoas "de bem", para satisfazerem as suas necessidades de exposição.

Jesus, em Mateus (7:7-11), também colocado no Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo XXVII em "Buscai e Achareis") diz o seguinte:

"Pedi, e dar-se-vos-á, buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á. Ou qual de vós, porventura, é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem."

Nesse trecho, Jesus nos dá mais um, dos muitos exemplos, do amor infinito de Deus para conosco. Sem exceção.

Sim, devemos pedir, mas também agradecer. Agradecer todos os dias por nossas vidas, pelas oportunidades a nós oferecidas, pelas nossas vitórias e pelas nossas derrotas. Pois, apesar de nos parecerem amargas, são os nossos remédios para conseguirmos enxergar males que muitas vezes nos recusamos a ver em nós mesmos, ou em nossos atos em relação àqueles que protegemos na desculpa de os amar.

Sim, devemos orar para pedirmos sabedoria e assim escolhermos melhor o caminho a seguir.

A oração nos fortalece, encoraja-nos para a vida, evita o processo de vitimização, de pieguice, de auto piedade, de cegueira. Conecta-nos com o nosso anjo da guarda, com os nossos espíritos amigos, com os espírito superiores.

Porém, devemos ter a humildade de compreender que através da oração, sempre alcançamos o que precisamos, pois nem sempre o que queremos é de fato o que será bom para a gente.

Lembremos apenas que não temos o poder, nem a capacidade de enxergar o nosso futuro, defeitos que ainda insistimos em dizer que não temos pela negação que sofremos de nos enxergarmos como almas enfermas. Mas quando conseguirmos tirar de nossa visão a catarata espiritual que insistimos em manter, iremos, sim, viver com menos sofreguidão e mais alegria.