sábado, 19 de setembro de 2015

A Ostentação


"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança.
Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo."
Mateus 23:25,26
Com o advento das redes sociais, há uma preocupação imensa em expor o que, aparentemente, possamos ter em termos materiais. E, quando algumas vezes o fazemos em prol dos outros, de nosso próximo, caímos na bobagem de colocar em evidência mais uma vez.

Na parábola do Fariseu e do Publicano, no vídeo que aqui disponibilizamos, mostra claramente quando em oração, além de falar alto, gesticular para que os outros ouvissem, o fariseu deixou que moedas caíssem de suas vestes e, mais uma vez, a ostentação se fizesse presente.

Observo, e posso estar errada, que há uma carência de valores crescente no mundo. Estimulados pela nosso modo de viver, de produzir, de consumir. O consumo passou dos produtos industrializados, ou não, à pessoas.

Pessoas, sentimentos, relacionamentos são colocados em prateleiras à espera de um (a) cliente que as venha buscar. E, quando o fazem, retornam na busca incansável da satisfação plena em um ciclo infindo de busca, incompletude e busca.

Buscam pelo ser, ou situação material, perfeito, mas esquecem que são humanos e também imperfeitos. Querem "amar" sem ser questionados, sem que suas falhas sejam apontadas, sem que haja o mínimo esforço para mudarem-se interiormente e assim, poderem ceder, compartilhar, harmonizarem-se com o(a) seu eleito(a), familiar, amigo(a), colega, transeunte, etc.

Aliás, as palavrinhas mágicas, como dizem para os pequenos - bom dia, boa noite, obrigado (a), por favor, etc - estão se tornando esquecidas. Sorrir, como diz na música "Smile", é um simples ato que contamina aquele que o vê.

Não sejamos "sepulcros abertos", como disse Paulo de Tarso.
"A sua garganta é um sepulcro aberto." Romanos, 3:13
No livro "Fonte Viva", de Francisco Cândido Xavier, pelo espirito Emnanuel, o capítulo 51 trata justamente de atitudes nefastas que nós quando agimos como sepulcros abertos, espalhamos toxinas de morte ao nosso redor.

Agimos levados pelo império obscuro do eucentrismo - algo mais que egocentrismo - ou egolatria, digamos assim. E, consequentemente, esquecemos as nossas obrigações como seres humanos em um meio social. De nós, para conosco, e de nós para com o próximo.
"Enxergam apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de boa vontade que lhes partilham a marcha", Emmanuel (vide obra acima)
Gilles Lipovestsky, filósofo francês da atualidade, presenteia-nos em suas obras, assuntos que ratificam ideias aqui colocadas. Destaco para esse assunto em questão, dentre os livros, a obra: "A era do vazio: ensaio sobre o individualismo contemporâneo".

É importantíssimo, e esse é um dos meus objetivos aqui, associar o pensamento dos estudiosos de naturezas, religiões, crenças e não crenças, enfim, de realidades humanas diversas com os ensinamentos do Evangelho a luz do Espiritismo. Por que somos filhos do mesmo Criador e os pontos de vista, aparentemente divergentes, podem fazer a leitura do mesmo objeto de observação, complementando-se.

E mesmo que esse pontos de vista nunca se complementem, que respeitemos o tempo de cada um como ser em desenvolvimento, pois a verdade é única sob os olhos do Criador. Qual é essa verdade? Aquela que o Cristo nos trouxe.

Repassando, então, o conselho de Emmanuel, fica a dica:
"Quando te desviares, pois, para o resvaladiço terrreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois só assim se expressará, por ela, o verbo sublime do Senhor"
Que a paz do Senhor esteja convosco!

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